Brasília, que em 2020 completa 60 anos, terá um Carnaval à altura, celebrando seus ritmos e sons. A capital, que desde a sua construção reúne pessoas de todos os cantos do país, hoje abriga brasilienses de nascença e de coração, que dia após dia transformam a cidade em um verdadeiro Distrito Cultural.
Essa mistura de culturas foi uma das variáveis que colocou Brasília como o quarto destino turístico mais procurado pelos brasileiros em 2020, e foi também a responsável por consolidar o DF como o principal polo de Carnaval em 2019.
A folia em Brasília reflete toda essa diversidade. Por isso, além dos já tradicionais blocos de rua, o Governo do Distrito Federal preparou uma programação extensa para o público, reunindo atrações locais e nacionais no centro da cidade em uma estrutura nova, moderna e acessível que celebra os mais diversos estilos.
Os eventos, que começam este final de semana, com os blocos do chamado pré-Carnaval, foram planejados para garantir segurança, diversão e alegria aos cerca de 1,2 milhão de pessoas que devem brincar o Carnaval.
Pelo menos 15 órgãos do GDF atuam no planejamento e organização dos eventos em diversas áreas, como Segurança Pública, Mobilidade Urbana, Saúde, Juventude, Mulher, Limpeza Urbana e Turismo.
O esforço conjunto das pastas é fundamental para garantir a segurança dos foliões e, claro, dos que não curtem o Carnaval, na opinião do titular da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), Bartolomeu Rodrigues. “A realização do Carnaval é uma operação que deve ser pensada nos mínimos detalhes, uma vez que estamos falando de milhares de pessoas nas ruas durante cinco dias, em diversos pontos do DF”, explica o secretário.
O principal desafio, segundo ele, é a segurança. Por isso, a elaboração do plano das atividades foi feita em parceria com a Secretaria de Segurança Pública (SSP) e com as forças de segurança. Assim, é possível prever desde o contingente necessário para cada atividade até estratégias de dispersão após o fim dos eventos.
“O resultado positivo da festa é benéfico para o DF como um todo, fortalece Brasília como destino de Carnaval, movimentando nossa economia e gerando mais empregos”Bartolomeu Rodrigues, secretário de Cultura
Limite de som, interrupção de trânsito e proteção ao patrimônio público também estão entre as preocupações da Secec durante o planejamento da folia. Nesse sentido, a pasta ouviu órgãos como Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e sociedade civil a fim de buscar soluções que atendessem a todos os públicos.
Para o titular da Secec, a integração é primordial para um Carnaval alegre, animado e seguro. Ele pontua que as preocupações dos agentes públicos convergem no sentido de proporcionar a todos experiências agradáveis e tranquilas. “O resultado positivo da festa é benéfico para o Distrito Federal como um todo, fortalece Brasília como destino de Carnaval, movimentando nossa economia e gerando mais empregos”, enfatiza.
A expectativa da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do DF (Abih/DF) é que a taxa de ocupação de hotéis seja de 32%, um aumento em relação a 2019, quando a média foi de 24% no período do Carnaval.
Fomento e difusão cultural
Em 2020, iniciativas de diversos formatos e tamanhos contaram com investimento do Fundo de Apoio à Cultura. A modalidade FAC Carnaval 2020, lançada pela Secec, contemplou 51 atividades realizadas em sete Regiões Administrativas que, ao total, receberam mais de R$3,9 milhões.
As iniciativas contempladas pelo edital incluem:
- 17 atividades carnavalescas de rua miniporte – até mil foliões;
- 7 atividades carnavalescas de rua pequeno porte – de 1.001 a 5 mil foliões;
- 11 atividades carnavalescas de rua médio porte – de 5.001 a 10 mil foliões;
- 6 atividades carnavalescas de rua grande porte – de 10.001 a 30 mil foliões;
- 12 atividades carnavalescas de rua porte especial – a partir de 30 mil foliões.
Modelos de sucesso em 2019, os polos carnavalescos também tiveram uma linha específica de fomento no edital. Duas iniciativas, uma no Setor Comercial Sul e outra na Praça dos Prazeres, foram contempladas consolidando o formato que recebe atrações variadas durante o período da folia.
Os projetos aprovados devem obedecer a requisitos mínimos de estrutura, conforme previsto em edital. Banheiros químicos, segurança privada, brigadistas e serviços de UTI móvel devem estar disponíveis de acordo com o público estimado em cada bloco ou evento. “Seremos rigorosos na fiscalização destes itens. A realização das festas deve ser feita de maneira responsável obedecendo a critérios estabelecidos na Lei de Eventos”, explica o secretário Bartolomeu Rodrigues.
Impacto
A Secec, alinhada ao propósito do governador Ibaneis Rocha de promover o desenvolvimento do Distrito Federal, gerando emprego e renda, renovou parceria com a Codeplan para coletar dados que meçam o impacto do Carnaval. Para 2020, o estudo será ampliado, tornando-o mais abrangente.
Serão avaliados índices de satisfação dos foliões e dos não foliões, impacto financeiro, circulação em bares e restaurantes, mão de obra direta e indireta empregada nos eventos e pessoas afetadas pelas festividades.
A realização deste tipo de pesquisa é um importante auxiliar no planejamento estratégico das ações, uma vez que ajuda a traçar um diagnóstico das atividades, mensurando pontos fortes que podem ser aprimorados.
Este tipo de pesquisa foi o que motivou, por exemplo, a criação de polos carnavalescos no Plano Piloto, uma vez que, de acordo com o estudo elaborado em 2019, indicou que 92,71% dos foliões brincaram Carnaval no Plano Piloto, que tem fácil acesso por conta da rodoviária, que recebe ônibus de todas as regiões além do metrô.
Bartolomeu Rodrigues pondera que a atividade cultural tem enorme peso na economia e na geração de emprego e renda. A estimativa, segundo ele, é que sejam gerados 20 mil postos de trabalho no período. “Isso sem contar uma série de outras atividades criativas que surgem nesta época, de pessoas que produzem fantasias, acessórios e até quitutes que são comercializados nos eventos.”
Somadas, essas atividades movimentam uma enorme cadeia produtiva que molda, de acordo com o secretário, a indústria do Carnaval. Ele calcula que o período traga a injeção de R$ 240 milhões para a economia do Distrito Federal.
“Números como estes mostram que o dinheiro aplicado na Cultura é investimento e ferramenta de desenvolvimento socioeconômico. O nosso desafio enquanto poder público é justamente estimular o amadurecimento e a profissionalização do segmento”, completa.
Blocos, megablocos e polos
Samba, rock, frevo, axé, sertanejo, música infantil. Tem para todos os gostos. Seja nos blocos que desfilam pelas ruas da cidade, ou nos polos carnavalescos (ou plataformas), Brasília reúne atrações de todos os ritmos, reforçando a diversidade cultural da capital.
Além dos 49 blocos e duas plataformas contempladas com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) para o Carnaval 2020, outras 131 manifestações culturais devem rechear a programação do DF. Todas as iniciativas são acompanhadas de perto pelas administrações regionais que atuam junto aos órgãos de segurança na emissão das licenças (alvarás) para cada uma delas.
Segundo o secretário Bartolomeu Rodrigues, o processo de emissão dos alvarás em 2020 está mais rigoroso, principalmente no que diz respeito aos prazos necessários para a tramitação dos processos internamente, o que é fundamental para garantir o planejamento e a análise de cada um dos blocos.
E foi baseado nesse plano, que envolve diversos órgãos do GDF além de órgãos de controle e sociedade civil, que foram estabelecidos o limite dos horários para desfile dos blocos, bem como as áreas de realização. Assim, os eventos nas quadras residenciais devem encerrar as atividades até as 20h. Já nas comerciais, a folia deve ir até as 22h. Nos polos carnavalescos da Praça dos Prazeres e do Setor Comercial Sul, as festas se estendem até as 2h.
Uma estrutura especial para abrigar os chamados megablocos – que reúnem mais de 30 mil pessoas – será montada no Complexo Cultural Funarte, no Eixo Monumental. Ali, os foliões poderão brincar até meia noite em um espaço amplo, de fácil acesso e com segurança.
Carnaval de Brasília: o Brasil está aqui
Celebrar a diversidade cultural do DF, valorizando todos os povos e tribos que aqui vivem. Nesse espírito, o Governo do Distrito Federal traz, como grande novidade do Carnaval 2020, o polo carnavalesco da Esplanada, que receberá 20 atrações locais e nacionais durante os cinco dias de folia.
Passarão pelo palco montado na Esplanada dos Ministérios, próximo à rodoviária, nomes como Elba Ramalho, Psirico, Nação Zumbi e Preta Gil, além de artistas locais como Maria Vai Casoutras, Bhaskar e Dhi Ribeiro. A programação foi pensada de maneira a celebrar os mais diversos ritmos, com destaque aos artistas da cidade.
Segundo o secretário de Cultura e Economia Criativa, a grande festa do GDF, aberta a todo público, conta com apoio de patrocinadores. “Estamos dividindo responsabilidades com a iniciativa privada, que também tem interesse em fomentar a cultura”, diz. Para Bartolomeu, a busca por incentivadores para ações como esta é benéfica por dar mais qualidade aos eventos, e por chamar atenção para a importância das ações culturais para o desenvolvimento econômico e geração de emprego e renda.
Além disso, as parcerias podem auxiliar o poder público a aprimorar os processos e diminuir os gastos. “Trabalhamos com grandes realizadoras, que fazem ações modernas e adotam práticas de sustentabilidade e de valorização da mão de obra local”, afirma ao pontuar que essas empresas também devem apresentar planos concretos de redução de lixo, acessibilidade e contrapartidas sociais. “Este tipo de experiência é exitosa, e retorna duplamente à comunidade, que participa da atividade cultural e ainda tem a oportunidade de ser beneficiada por ações de cunho social que fazem parte das contrapartidas”.
Desta forma, o polo carnavalesco da Esplanada promete levar aos foliões do Distrito Federal animação com segurança e conforto. Além da localização de fácil acesso, o espaço contará com segurança reforçada, arquibancada, praça de alimentação e banheiros. O objetivo é proporcionar a todo o público presente um Carnaval de qualidade.
Bloco do Respeito
Sucesso em 2019, a campanha “Eu sou do bloco do respeito” volta ainda mais forte em 2020. A ação, que visa conscientizar as pessoas sobre o respeito à vida, às mulheres, à diversidade e ao patrimônio público, também abordará questões sobre lixo e sustentabilidade.
O objetivo da ação é trazer mais informação ao público, auxiliando na identificação de comportamentos que podem prejudicar a brincadeira. A campanha conta com a participação das secretarias da Mulher, Mobilidade, Limpeza Urbana, Segurança Pública, Juventude e de Justiça e Cidadania, que trarão mensagens educativas para garantir um Carnaval de respeito e paz.
“Iniciativas como esta são fundamentais, uma vez que trabalham a prevenção de situações que podem evoluir para brigas, confusões ou mesmo acidentes. Também temos uma preocupação especial com a preservação do patrimônio, o que inclui a limpeza da cidade e o cuidado com edifícios públicos e privados”, pondera Bartolomeu Rodrigues.
Ele vai além e assegura que o investimento nesse tipo de campanha reforça a imagem positiva de Brasília para fora, incrementando o turismo e o interesse pelo Carnaval. “Nossa meta é fazer uma festa bonita, organizada e de qualidade, que seja lembrada pela alegria das pessoas”, enfatiza.
Carnaval Social
Ainda na esteira das ações iniciadas pelo governador Ibaneis Rocha com foco na difusão cultural, o Carnaval Social recebe, em 2020, a segunda edição. Dez regiões administrativas receberão o programa que leva cultura e cidadania a comunidades do DF: Sol Nascente/Pôr do Sol, Ceilândia, Estrutural, Itapoã,Varjão, Gama, Sobradinho II, Recanto das Emas, Riacho Fundo II e Areal (Arniqueira).
Com orçamento estimado em R$ 300 mil, o Carnaval Social percorrerá regiões administrativas mais vulneráveis, em estruturas móveis equipadas com salas de aula, estúdio e palco para apresentação de artistas locais.
A ação prevê, ainda, a realização do animado Baile da Melhor Idade e do Bloquinho da Cultura, atividade realizada em escolas da Rede Pública de Ensino que conta de maneira lúdica a história do Carnaval no Brasil.
* Com informações da Secec
Fonte: Agência Brasília